Tempo: Tic, Tac

O tempo passou para Reserva e V.ROM

Duas das principais grifes masculinas do Brasil, uma do Rio de Janeiro, a Reserva e a outra de São Paulo, a V.ROM, apresentaram mais do que tendências nessa semana de moda de inverno no SPFW.

Quem assistiu aos dois desfiles e que teve sensibilidade para ir um pouco além das imagens enlatadas que estamos acostumados a consumir na Moda, deve ter percebido que ambas tocaram em um ponto importantíssimo para a Moda e para o Homem inserido na Moda.

O movimento de amadurecimento que pode ser interpretado quando se olha mais globalmente porém com mais profundidade, é na verdade um desejo de todos os que estão envolvidos nesse processo, o amadurecimento da marca, o amadurecimento do público, o amadurecimento do bom gosto do consumidor, o amadurecimento cronológico de quem acompanha essas duas marcas.

Além disso podemos entender que o resgate do passado, com toques de atualização vem constantemente batendo à porta fashionista, como um símbolo da elegância perdida da juventude que usa jeans e roupas coloridas (?). A elegância, o luxo comedido, a qualidade e o conforto são conceitos que os homens, como que gravado em seu DNA masculino, reconhecem como imprescindível para apreciar uma boa peça de roupa.

Os designers estão entendendo e também amadurecendo, o público de consumidores está mais refinado, mais informado, e requer mais atenção e cuidado.

Apresentar um desfile com essas características mesmo que não exatamente explícitas ou cálculadas é um sinal de que estamos trilhando um caminho que provavelmente vai nos conduzir a um novo patamar na moda masculina brasileira. Estou exagerando? Talvez, mas um pouco de otimismo e confiança no trabalho alheio também faz parte de uma boa crítica.

E o que eu não posso deixar de lado nesse bom retorno da V.ROM é a proposta dos casaquetos, que pipocam em desfiles do exterior há alguns anos, aqui no Brasil no desfile da British Colony e também agora no inverno paulista. Sinto falta de que essas "inovações" cheguem as lojas, para que no mínimo o consumidor tenha a chance de negar o seu uso.

Até mais,

Imagens: Charles Nasser